deve dar o que falar na trama das 21h. Ele espanca a esposa, mas
depois os dois acabam se entendendo na cama
Só de olhar o semblante de Dira Paes e Alexandre Nero nas fotos desta página dá para notar que o casal que interpretam na TV não é daqueles de fazer o público suspirar. Na primeira vez que apareceu em cena, em "Fina Estampa", Celeste, personagem de Dira, estava com o olho roxo e a boca machucada, após levar uma surra do marido Baltazar (Nero). E, ao longo dos capítulos, a coisa vai piorar. Mergulhados no tema da violência doméstica, os dois atores opinam sobre suas atitudes como marido e mulher na ficção da novela.
"Celeste é daquelas mulheres que aceitam esse tipo de sofrimento porque amam. Amam mais os maridos do que elas mesmas", explica Dira. Só para ter uma ideia, Celeste levará três surras numa única semana. Em um dos capítalos, ela explicou para a amiga Griselda (Lilia Cabral) que queria fazer um restaurante na laje de sua casa e Baltazar se exaltou. Na última quinta, ao ver a filha Solange (Carol Macedo) na TV, o motorista saiu do sério mais uma vez e deu um tapa na cara da mulher. Na sexta, mais uma briga. Para proteger a menina do pai, a dona de casa vai se jogar na frente dela e receber uma nova pancada.
Nero, por sua vez, afirma que há muito mais do que violência nessa relação: "A gente costuma explicar tudo de maneira muito maniqueísta: ela gosta de apanhar ou não. Do jeito que se fala pode parecer que as mulheres gostam de apanhar, mas não se pode negar que existem pessoas que curtem. E acredito que possa existir isso entre os dois... Eles têm uma
relação sexual muito forte".
Ou seja, na cama, Celeste e Baltazar se resolvem. O polêmico relacionamento no horário das 21h tem tudo para virar uma grande discussão entre as famílias. "É perigoso o que vou falar, mas eu não vejo Baltazar como vilão. Parece que estou a favor dele, mas não posso julgar." E as agressões na casa de Celeste serão mais do que físicas, como adianta o ator: "Baltazar bate na mulher, na filha. Mas gravei uma cena em que ele chama a filha de piranha, vagabunda, acho esse tipo de agressão muito mais forte!"
Preparada para ser abordada por mulheres que passam por situação semelhante à de Celeste pelas ruas, Dira diz compreender por que muitas delas não se rebelam contra os maridos: "Não é fácil uma mulher que ama o marido denunciá-lo.
Ela esquece a dor por causa do sentimento. E é um problema indiferente à classe social".
Mas no que depender dela, a violência colocada em voga servirá para melhorar a situação de muitas "Celestes" do país: "A gente vai ajudar a combater isso!"
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