Meningite Infantil
A
meningite é uma inflamação da membrana que recobre o cérebro. É uma doença
contagiosa que pode ser grave e que aparece e piora de repente. Existem
diversos tipos de meningite. Os dois principais são a meningite viral e a
bacteriana.
A
meningite viral é a mais comum, e costuma ser menos grave (há pessoas que têm a
doença e nem percebem). Já a forma bacteriana é mais rara, mas pode levar à
morte e a seqüelas graves se não for tratada logo.
Existem também vários tipos de meningite bacteriana (a meningocócica e a pneumocócica são as principais). Ela é sempre uma doença grave, que pode se complicar rápido, colocando a criança em perigo. Dependendo do tipo, a meningite bacteriana pode ser fatal em entre 10 e 20 por cento dos casos, além de poder causar seqüelas graves como surdez ou lesões cerebrais.
É imprescindível procurar atendimento médico rápido. A septicemia ou sepse (infecção generalizada) é uma grave complicação da meningite, que acontece quando a bactéria causadora da doença entra na corrente sanguínea e começa a se multiplicar. É forma mais perigosa da doença, porque pode levar à morte em horas. Pode ser chamada também de meningococcemia.
Existem também vários tipos de meningite bacteriana (a meningocócica e a pneumocócica são as principais). Ela é sempre uma doença grave, que pode se complicar rápido, colocando a criança em perigo. Dependendo do tipo, a meningite bacteriana pode ser fatal em entre 10 e 20 por cento dos casos, além de poder causar seqüelas graves como surdez ou lesões cerebrais.
É imprescindível procurar atendimento médico rápido. A septicemia ou sepse (infecção generalizada) é uma grave complicação da meningite, que acontece quando a bactéria causadora da doença entra na corrente sanguínea e começa a se multiplicar. É forma mais perigosa da doença, porque pode levar à morte em horas. Pode ser chamada também de meningococcemia.
Quais
são os sintomas?
Os
sinais nem sempre são os mesmos. O período de incubação é geralmente curto, mas
costuma ser superior a 24 ou 48 horas. Os sintomas podem aparecer de forma
extremamente rápida e em qualquer ordem, e alguns deles podem nem estar
presentes. Podem ser parecidos com os da gripe, mas conforme avançam deixam
evidente de que se trata de um quadro mais grave:
• febre
• febre
• dor
de cabeça
•
náusea e Vômitos
•
aversão à luz
•
pescoço rígido
•
manchas vermelhas ou arroxeadas na pele
•
prostração que não melhora quando a febre baixa
•
movimentos estranhos do corpo (convulsões)
Lembre-se: Não é preciso ter todos esses sintomas para desconfiar de meningite. No caso da meningococcemia, nem sempre uma característica mais fácil de distinguir, como o pescoço rígido, chega a aparecer. É preciso ficar atenta aos seguintes sintomas:
• febre com mãos e pés frios
•
palidez anormal ou excessiva; coloração azulada ou cinzenta em torno dos lábios
• forte dor nas pernas, que impede a criança de ficar de pé
• variações no estado de consciência: agitação ou letargia que pareçam estranhas
• manchinhas vermelhas ou arroxeadas na pele
• forte dor nas pernas, que impede a criança de ficar de pé
• variações no estado de consciência: agitação ou letargia que pareçam estranhas
• manchinhas vermelhas ou arroxeadas na pele
•
calafrios
•
respiração rápida ou irregular
Você
pode usar o teste do vidro se estiver desconfiada de manchas vermelhas na pele
do seu filho. Pressione a lateral de um copo de vidro transparente sobre as
manchas. Se elas sumirem, não há motivo de preocupação. A erupção da meningite
não desaparece, pois decorre de pequenas hemorragias sob a pele. Em caso de
dúvida, procure atendimento médico o mais rápido possível.
No caso de bebês que ainda não ficam de pé nem falam, a dor nas articulações ou nas pernas pode se traduzir em extrema irritação. Mãos e pés frios também não são raros em bebês e em crianças com febre, especialmente se a temperatura estiver subindo (e você não tiver dado nenhum antitérmico).
Fique alerta também para outros sinais, como respiração rápida e calafrios. Especialistas acreditam que, se os pais ficarem atentos a esses sintomas, vidas possam ser salvas.
Mesmo que não apareça nenhuma mancha vermelha nem rigidez no pescoço, se seu filho parecer estar piorando a cada hora que passa, leve-o ao pronto-socorro. Confie nos seus instintos.
No caso de bebês que ainda não ficam de pé nem falam, a dor nas articulações ou nas pernas pode se traduzir em extrema irritação. Mãos e pés frios também não são raros em bebês e em crianças com febre, especialmente se a temperatura estiver subindo (e você não tiver dado nenhum antitérmico).
Fique alerta também para outros sinais, como respiração rápida e calafrios. Especialistas acreditam que, se os pais ficarem atentos a esses sintomas, vidas possam ser salvas.
Mesmo que não apareça nenhuma mancha vermelha nem rigidez no pescoço, se seu filho parecer estar piorando a cada hora que passa, leve-o ao pronto-socorro. Confie nos seus instintos.
Recém-nascidos podem pegar meningite?
Sim. A
meningite neonatal é causada com mais frequência por bactérias como a E. coli e o estreptococo do grupo B, além de
estafilococos e outros microorganismos hospitalares, e em casos mais raros por
uma bactéria chamada listéria. Correm mais risco de ter a doença prematuros e
bebês que tenham nascido com menos de 2 kg . Outros bebês também podem pegar
meningite, e a doença é mais difícil de diagnosticar nessa fase.
Os especialistas orientam os pais a procurar ajuda médica sempre que sentirem que o bebê não está bem e quando notarem os seguintes sintomas: moleira estufada, olhar parado e pele pálida, manchada ou azulada. Recém-nascidos com meningite podem ter febre, ser difíceis de acordar e se recusar a mamar. Também podem apresentar um choro agudo ou irritabilidade quando são erguidos no colo.
Os especialistas orientam os pais a procurar ajuda médica sempre que sentirem que o bebê não está bem e quando notarem os seguintes sintomas: moleira estufada, olhar parado e pele pálida, manchada ou azulada. Recém-nascidos com meningite podem ter febre, ser difíceis de acordar e se recusar a mamar. Também podem apresentar um choro agudo ou irritabilidade quando são erguidos no colo.
Quando
procurar socorro médico?
Um
teste caseiro para tentar determinar se uma criança maiorzinha pode estar com
meningite é pedir para que ela encoste o queixo no peito. Se não conseguir ou
parecer difícil demais, vá para um hospital o quanto antes.
Mesmo sem esses sinais específicos, sempre que o estado geral do seu filho parecer estar se agravando rápido, é melhor procurar ajuda. Confie nos seus instintos. No caso da meningite acteriana, o tratamento precoce com antibióticos é essencial para evitar consequências mais graves.
Mesmo sem esses sinais específicos, sempre que o estado geral do seu filho parecer estar se agravando rápido, é melhor procurar ajuda. Confie nos seus instintos. No caso da meningite acteriana, o tratamento precoce com antibióticos é essencial para evitar consequências mais graves.
Como
a meningite é diagnosticada?
O
diagnóstico é feito com uma punção na espinha: uma agulha é inserida na espinha
para obter uma amostra de líquor (ou líquido cefalorraquidiano), que será
examinada em laboratório. O procedimento leva poucos minutos e é feito no
hospital, sem necessidade de anestesia.
Qual
é o tratamento?
Se a
meningite for viral, o tratamento se resume ao controle dos sintomas e a
repouso. Ela costuma ir embora rápido, mas a sensação de cansaço e a dor de
cabeça podem permanecer por mais tempo. Em casos raros, a meningite viral pode
provocar uma encefalite, a inflamação do cérebro em si, e não só da membrana
que o recobre. Caso isso ocorra, e dependendo do tipo de vírus que se suspeite,
os médicos podem recorrer a remédios antivirais.
A meningite bacteriana exige tratamento imediato com antibióticos.
A meningite bacteriana exige tratamento imediato com antibióticos.
A meningite
é contagiosa?
A
maioria dos casos de meningite bacteriana surge de forma isolada, mas podem
ocorrer surtos de meningite meningocócica. Os médicos receitam antibióticos
preventivos para pessoas que estiveram em contato muito próximo com a criança
doente (normalmente para quem mora na mesma casa ou colegas próximos de
classe).
A transmissão ocorre na maior parte das vezes por gotículas de saliva, como as liberadas em espirros, e em adultos por beijos na boca. As bactérias que causam a doença muitas vezes são habitantes transitórios das mucosas do nariz e da garganta. É possível ter a bactéria sem ficar doente, ou seja, ser um portador são, e mesmo assim transmiti-la para as outras pessoas.
A meningite viral é transmitida como outras doenças causadas por vírus: por secreções orais (tosse, espirro etc.) ou por maus hábitos de higiene, como não lavar as mãos depois de usar o banheiro. Antigamente, a meningite viral era também uma complicação de doenças infantis como sarampo e caxumba, mas a vacina tríplice viral praticamente eliminou essa forma da doença.
A transmissão ocorre na maior parte das vezes por gotículas de saliva, como as liberadas em espirros, e em adultos por beijos na boca. As bactérias que causam a doença muitas vezes são habitantes transitórios das mucosas do nariz e da garganta. É possível ter a bactéria sem ficar doente, ou seja, ser um portador são, e mesmo assim transmiti-la para as outras pessoas.
A meningite viral é transmitida como outras doenças causadas por vírus: por secreções orais (tosse, espirro etc.) ou por maus hábitos de higiene, como não lavar as mãos depois de usar o banheiro. Antigamente, a meningite viral era também uma complicação de doenças infantis como sarampo e caxumba, mas a vacina tríplice viral praticamente eliminou essa forma da doença.
Dá
para prevenir a meningite?
Hoje em
dia, os bebês recebem vacina contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo B (Hib) aos 2, 4 e 6 meses,
dentro do Programa Nacional de Imunização, gratuitamente nos postos de saúde.
Outras duas vacinas, que antes eram pagas, entraram no calendário básico de vacinação e poderão ser tomadas gratuitamente a partir de março de 2010. São as seguintes:
Outras duas vacinas, que antes eram pagas, entraram no calendário básico de vacinação e poderão ser tomadas gratuitamente a partir de março de 2010. São as seguintes:
-
Vacina pneumocócica conjugada 10-valente: aplicada em quatro doses (três doses
antes dos 6 meses e uma de reforço depois de 1 ano, num esquema que pode ser
aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade, por exemplo). Ela começa a ser oferecida a
partir de março de 2010 em 12 estados brasileiros: Alagoas, Amapá, Espírito
Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco,
Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Os outros estados deverão fazer
isso nos meses seguintes.
- Vacina conjugada contra o meningococo tipo C: estará disponível nos postos de vacinação a partir de agosto de 2010. Nas clínicas particulares, é aplicada em duas doses no primeiro semestre (3 e 5 meses, por exemplo) e uma dose de reforço após 1 ano de idade.
- Vacina conjugada contra o meningococo tipo C: estará disponível nos postos de vacinação a partir de agosto de 2010. Nas clínicas particulares, é aplicada em duas doses no primeiro semestre (3 e 5 meses, por exemplo) e uma dose de reforço após 1 ano de idade.
Pelo menos no primeiro ano de implantação no calendário básico de vacinação infantil, essas duas vacinas – pneumocócica 10-valente e a anti-meningocócica C – serão oferecidas também para crianças de entre 1 e 2 anos de idade, em dose única.
Ainda
não existe vacina eficaz contra os meningococos tipo B, responsáveis por cerca
de metade dos casos de meningite meningocócica. Pesquisas indicaram que a
exposição à fumaça do cigarro dentro de casa possa aumentar o risco de a
criança ter meningite, além de infecções respiratórias.
Houve
um caso de meningite na escola do meu filho. O que eu faço?
É
importante que a escola notifique os pais das outras crianças para que eles
fiquem atentos a eventuais sintomas. Caso seu filho tenha contato muito próximo
com a criança afetada, ou seja especialmente propenso a adoecer, converse com o
pediatra para avaliar a necessidade de um tratamento preventivo.
Para isso, você precisará saber se a criança doente teve meningite viral ou bacteriana. A profilaxia só é indicada no caso de doença causada por bactéria, em especial o meningococo ou o Haemophilus influenzae.
Para isso, você precisará saber se a criança doente teve meningite viral ou bacteriana. A profilaxia só é indicada no caso de doença causada por bactéria, em especial o meningococo ou o Haemophilus influenzae.
Não deixe de avisar a escola se seu filho contrair meningite, e especifique se trata da forma viral ou bacteriana (e o nome do microorganismo causador, se identificado), para que os outros pais saibam o que fazer no caso de suspeita da doença. Se houver mais de dois casos no período de três semanas, estará estabelecido um surto. A meningite é uma doença de notificação compulsória aos centros de vigilância sanitária.
O perigo de não vacinar as crianças
Antes de ser erradicada com o uso maciço
de vacinas, no final dos anos 1970,
a varíola matou 300 milhões de pessoas, contando apenas
o século XX. O sarampo, uma doença altamente contagiosa, foi responsável por
cerca de 2,6 milhões de mortes por ano, antes de 1980, época em que começaram
as intensas campanhas de vacinação. Já os casos de poliomielite, doença que
pode causar paralisia infantil, apresentaram uma queda de 99% desde 1988,
quando, mais uma vez, a prevenção com vacina teve início. Criadas em 1796, pelo
médico britânico Edward Jenner, as vacinas deram início a uma revolução na
medicina preventiva – tornando possível evitar a ocorrência de doenças letais e
contagiosas. Há quem, no entanto, na contramão de todas as evidências
científicas, opte por não vacinar seus filhos. A lamentável ideia encontrou
abrigo entre um grupo de pais, grande parte da classe média alta, que vem
optando por não imunizar os filhos para doenças que deixaram de ser comuns,
como o sarampo e a difteria. Alguns por acreditarem em teorias exóticas e
fraudulentas, outros por medo de que a vacina prejudique a saúde da criança e
outros ainda, por questões ideológicas, pensam resistir ao que seria uma
imposição criada pela indústria farmacêutica. Por um motivo ou outro, a
irresponsabilidade pode colocar em
risco não só a saúde da criança, mas de todos à sua volta, alertam
especialistas.
“O que estamos percebendo é que há um
aumento, mesmo que pequeno, no número de pais que buscam médicos que orientam a
não vacinar a criança”, diz Eitan Berezin, presidente do Departamento
Científico Infeccioso da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Apesar de
representarem ainda uma pequena parcela da população brasileira, esses pais que
optam por não imunizar os filhos para determinadas doenças se concentram nas
classes mais altas da sociedade, aquelas que, pelo menos na teoria, tiveram e
têm acesso a informação de boa qualidade. Entre os argumentos mais triviais
para a recusa está o medo de que a vacina traga problemas sérios de saúde, como
o autismo, e a sensação de que é desnecessário se prevenir contra doenças que
têm ocorrência baixa.
“Os riscos de a criança desenvolver uma
complicação séria em função da vacina são muito menores do que os de ela
contrair a doença. Não há nem comparação. E isso não é algo que eu acho ou
acredito, é um fato comprovado
cientificamente”, diz o pediatra americano Paul Offit, um dos maiores
especialistas no assunto. Além de professor da Universidade da Filadélfia, é
ex-membro do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês)
e autor dos livros Deadly
Choices: How the Anti-Vaccine Movement Threatens Us All (Escolhas mortais: como o movimento
anti-vacina ameaça a todos nós, sem edição em português) e Autism’s False Prophets: Bad
Science, Risky Medicine, and the Search for a Cure (Falsos profetas do autismo: ciência
ruim, medicina de risco e a procura pela cura, também sem edição em português).
Abastados e desprotegidos — De acordo com um levantamento recente
feito a pedido do Ministério da Saúde, e publicado no periódico médico Vaccine, 82,6% das crianças
brasileiras tomaram todas as vacinas
recomendadas até os 18 meses de idade. O estudo, que avaliou 17.295 crianças
das 27 capitais, descobriu, no entanto, um dado inusitado: nas classes mais
ricas das capitais mais ricas a vacinação era deficitária. Em São Paulo, por
exemplo, 71% das crianças do estrato A (o mais rico) haviam recebido a imunização
completa — enquanto no estrato E (o mais pobre), a cobertura era de 81%. “Uma
das razões para essa discrepância é a ideia de que é exagero vacinar os filhos
contra algumas doenças”, diz José Cassio de Moraes, professor da Faculdade de
Medicina da Santa Casa de São Paulo, membro do Comitê Técnico Assessor de
Imunização do Ministério da Saúde e coordenador da pesquisa.
As vacinas que costumeiramente são mais
descartadas são a de sarampo, difteria, hepatite B e da gripe. “Desde a década
de 1970 os casos dessas doenças são muito baixos. Esses pais nunca tiveram de
lidar, de temer essas doenças, então deixam de vacinar acreditando que o filho
não corre riscos”, diz Edécio Cunha Neto, diretor do Laboratório de
Investigação Médica de Imunologia Clínica e Alergia da USP. Mas, se para muitos
a redução drástica nos casos dessas doenças é motivo para burlar o calendário
básico de vacinação, para outros, ela pode significar sérias complicações de
saúde.
Imunidade coletiva — Há dentro dos programas de vacinação o que
se costuma chamar de imunidade de rebanho. A ideia é que quando você vacina, no
mínimo, 95% das crianças de uma comunidade, todas ficam protegidas. Nesses 5%
restantes, explicam os especialistas, estariam aquelas que por algum motivo não
podem tomar vacina. No grupo estão, segundo Renato Kfouri, presidente da
Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), crianças com câncer, aids, com
insuficiência renal ou com outras doenças crônicas que comprometem o sistema
imunológico. “Elas se protegem quando há a garantia de que as outras crianças
não vão transmitir a doença para ela. Vacinar o filho é mais do que uma ação
individual”, diz.
Quando uma criança é vacinada, formas
amenizadas ou mortas de vírus ou de bactérias que causam doenças são injetadas
dentro do corpo. O sistema imunológico reconhece esses organismos e desenvolve
anticorpos contra eles. Esses anticorpos ficam, então, armazenados dentro do
batalhão de células de defesa do corpo, para combater a doença em caso de uma
exposição futura. Se a criança não é vacinada, no entanto, ela obviamente se
torna suscetível à doença — e pode se tornar um potencial agente de transmissão
e até mesmo iniciar um surto.
Vacinas demais? — É esse mecanismo usado para criar os
anticorpos que preocupa algumas pessoas. Há quem diga que os riscos de efeitos
adversos não valham a pena, se a criança tem uma saúde plena. “Não sou contra
vacinar, mas acredito que existe hoje um exagero. Há vacinas demais”, afirma
Liliane Azambuja, pediatra homeopata e criadora da comunidade virtual Tem Vacina D+. De acordo com
a médica, as chamadas doenças da infância, como o sarampo, ajudam a fortalecer
o sistema imunológico da criança saudável. “Cerca de 90% das crianças que
chegam ao meu consultório têm algum tipo de alergia. Elas são mais atópicas do
que as crianças de décadas atrás. Claro que há outros fatores envolvidos, mas a
vacina tem um papel importante”, diz.
Para a pediatra, seria ideal ainda que o
calendário fosse repensado e as vacinas fossem dadas em períodos mais esparsos
e tardios. A época de início da imunização mais adequada, seria, então, aos
seis meses de idade, quando o sistema imunológico do bebê já está mais
amadurecido. “Uma enorme quantidade de organismos inoculados é dado de uma vez
a uma criança de meses. Acho isso muito agressivo, além de acreditar que possa
ajudar a desenvolver doenças autoimunes”, diz Liliane. É bom lembrar que o
sarampo é uma doença altamente contagiosa e, embora na maioria dos casos não
coloque em risco crianças saudáveis, pode ser fatal para pessoas com o sistema
imunológico sem resistência.
Vizinhança de risco — Felizmente, o movimento antivacinação
ainda engatinha no Brasil. Em países da Europa e nos Estados Unidos, no
entanto, ele vem causando surtos que preocupam as autoridades de saúde. Grupos
antivacinação sempre existiram, mas em 1998 ganharam o reforço que sempre
esperaram. Um estudo publicado em um dos principais periódicos médicos do
mundo, o britânico Lancet,
de autoria do médico Andrew Wakefield, alegava que 12 crianças que eram normais
até receberem a vacina tríplice viral se tornaram autistas depois de
desenvolverem inflamações intestinais. O estrago provocado foi grande. Após a
divulgação da pesquisa, muitos pais optaram por deixar de vacinar os filhos
contra as doenças infantis. Como resultado, houve um aumento dos casos de
sarampo na Europa e nos Estados Unidos, onde a ideia de que vacinas fazem mal
também prosperou. Em 2008, tanto o País de Gales quanto a Inglaterra
registraram epidemias de rubéola.
O estudo, porém, era uma fraude. O jornalista
Brian Deer desmascarou Wakefield, no British
Medical Journal, ao provar que cinco das 12 crianças já tinham problemas
de desenvolvimento, fato encoberto pelo médico. Várias pesquisas e
investigações (britânica, canadense e americana) foram feitas depois do
controvertido estudo, que só levou em conta a pequena amostragem de 12
crianças, e não encontraram relação entre o aparecimento do autismo e a vacina
tríplice.
Wakefield perdeu a licença médica, mas
continua com certo prestígio nos Estados Unidos, onde vive e ainda defende a
ideia de que vacinas podem causar autismo. Influenciada por Wakefield, uma
celebridade de miolo mole chamada Jenny McCarthy, cujas grandes credenciais
científicas incluem ser ex-namorada de Jim Carrey e ex-coelhinha da Playboy,
atribui o autismo de seu filho às vacinas e vai frequentemente à TV convencer
os pais a não vacinarem seus filhos. O resultado da nefasta dupla ainda pode
ser sentido em dois continentes.
De acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, em 2011
foram registrados 30.567 casos de sarampo em 29 países da Europa. Em 2009,
foram 7.175. Nos Estados Unidos, o estado de Indiana registrou 14 casos de
sarampo, em fevereiro, depois que duas pessoas contaminadas foram assistir aos
jogos do Super Bowl. Dos contaminados, 13 não haviam sido imunizados.
No Brasil, surtos do gênero ainda são
pequenos. No estado de São Paulo, foram registrados, em 2011, 26 casos de
sarampo. Desses, 60% ocorreram em pessoas não vacinadas — sete em crianças
menores de um ano, cinco em indivíduos não vacinados por opção e quatro casos
sem vacina documentada. Já na capital paulista foram 13 casos, com 10 ocorrendo
em função da falta de vacina. O surto teve início em uma creche no bairro do
Butantã, em seis bebês menores de um ano (idade indicada para a primeira dose),
passando para quatro crianças com idades entre cinco e 10 anos (que não haviam
sido imunizadas). “Esses surtos costumam acontecer em bolsões pequenos, porque
essas crianças não vacinadas frequentam as mesmas escolas. Mas há sempre o
risco, porque o vírus continua em circulação”, diz Jarbas Barbosa, secretário
de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Dentro da lei — A garantia da vacinação está, no entanto,
institucionalizada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Consta no
artigo quarto que é dever da família assegurar a efetivação dos direitos à
saúde. Não há, no entanto, nenhuma fiscalização que obrigue os pais a vacinar
corretamente os filhos. Mas, de
acordo com Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Estudos do ECA da Ordem
dos Advogados de São Paulo, cabe aos pais gerenciar esses direitos, e não
dispor deles. “Se a criança vier a adoecer em função de uma falha na vacinação,
isso pode levar à perda do poder familiar. Os pais podem responder por crime de
abandono, omissão dolosa ou culposa”, diz.
Para o advogado, há uma diferença entre a
escolha pessoal entre diversos tratamentos (que podem ser guiados pelas crenças
e filosofias dos pais) e a recusa dos mesmos. “Só se pode tomar uma decisão
como essa quando há embasamento científico que o fundamente. Não vai vacinar
porque tem medo de alguma complicação? Então, tenha todas as provas científicas
emitidas por autoridades médicas”, diz. Do contrário, garante Cabezón, os pais correm o
risco até mesmo de perder a guarda da criança. “Há uma série de medidas que um
juiz pode tomar para garantir o direito da criança à saúde.”
Saiba
como é possível fortalecer o vínculo afetivo com Pequenas atitudes
Crescem os estudos que comprovam
como os familiares interferem na nossa saúde física e mental, independente da
idade. Uma pesquisa publicada no Jornal da Associação Americana do Coração, por
exemplo, comprovou que pacientes da terceira idade se recuperam muito mais rápidos
de derrame quando acompanhados dos parentes. Já outro estudo recente da
Universidade de Oregon, nos EUA, indicou que pais com dificuldades de
relacionamento têm mais chances de ter bebês com distúrbios durante o sono.
Manter o vínculo afetivo é uma
vantagem e tanto, mas nem sempre é fácil. "Há famílias que se vêem muito,
porém as pessoas não são tão próximas, porque tem o componente da afinidade.
Construímos vínculos com as pessoas que nem sempre podem existir nas
famílias", explica a psicóloga Eliana Alves, do Conselho Regional de
Psicologia do Rio de Janeiro. No Dia Nacional da Família (08 de Dezembro),
confira alguns ingredientes diários que podem incrementar os laços afetivos e
aumentar - de fato - a união familiar.
Respeite os limites de cada um
Esse é um dos hábitos mais
difíceis, pois implica aceitar algumas diferenças. "Cada indivíduo da
família tem seu ritmo, seu jeito de vivenciar as coisas da vida. Tanto os
filhos como os pais desenvolvem essa percepção do 'jeito de cada um'",
conta o psiquiatra Paulo Zampieri, Terapeuta de Casais e Famílias, de São
Paulo. Procurar respeitar essas peculiaridades - desde que não sejam
preocupantes - pode ajudar a resolver conflitos familiares de uma forma muito
mais fácil.
Priorize o bom humor
Procure encarar os conflitos
familiares com mais disposição. Muitos deles surgem por motivos pequenos e são
alimentados pelo cansaço e estresse do dia a dia. "Encarar conflitos já é
melhor do que evitá-los e há de ser com bom humor, senão fica sempre parecendo
cobrança ou bronca", aconselha o psiquiatra Paulo Zampieri.
Cozinhe em conjunto
A psicóloga Eliana Alves fala que
é importante criar espaços que propiciem um vínculo afetivo. "Vivemos no
imperativo da falta do tempo, mas é necessário se preocupar em criar momentos
para conviver com nossos familiares", diz a especialista.
Para driblar essa falta de tempo,
os programas conjuntos podem ser tarefas diárias como as atividades domésticas,
que permitem uma troca de experiências. "Atividades lúdicas e domésticas
ajudam todos os membros da família a se apropriarem dos pertences do lar,
aprendendo juntos as tarefas que um dia os filhos também farão", afirma o
psiquiatra Paulo Zampieri.
Incentive o diálogo
Essa é uma das práticas mais
fundamentais. De nada adianta viver unidos sob o mesmo teto se não há conversa,
se as pessoas não compartilham seus sentimentos e experiências de vida. O
diálogo permite saber o que o outro está pensando e sentindo e é a melhor forma
de resolver desentendimentos.
"Os familiares são os
maiores parceiros que filhos, pais e avós têm naturalmente na vida",
lembra o psiquiatra Paulo Zampieri, que dá uma boa dica para fortalecer os
vínculos por meio do diálogo. "Peça aos avós que contem como foi a vida deles,
como se uniram, o que pensavam da vida. É um jeito interessante de co-construir
a história da família por meio dos protagonistas mais velhos e permite conhecer
como os costumes mudaram", completa.
Crie momentos de lazer com todos
Os familiares servem de apoio nas
horas difíceis, mas também podem ser ótimas companhias para momentos de
distração e divertimento. O psiquiatra Paulo Zampieri conta que, quando os
filhos são pequenos, fica mais fácil: "É só convidar que todos vão",
comenta.
No entanto, quando os filhos
crescem e se tornam mais independentes, essas ocasiões ficam cada vez mais
incomuns. "Quando a família cultiva esses hábitos desde cedo, gera a
possibilidade de conservar atividades de lazer em conjunto em etapas mais
adultas", completa o especialista.
Procure estar disponível
Não precisa ser super-herói: é
impossível estar disponível o tempo todo e a família precisa entender isso,
principalmente as crianças. Entretanto, mostrar disponibilidade para conversar
e dar atenção, sempre que possível, é fundamental. De acordo com o psiquiatra
Paulo Zampieri, os pais devem fazer isso de forma declarada. "Conte
comigo", "sou seu parceiro" ou "se precisar, estou
aqui" são frases que ajudam os filhos a encontrarem um momento de poder
falar.
Evite que a rotina agitada e estressante
interfira no contato familiar
É nada agradável encontrar uma
pessoa em casa com a cara fechada, sem vontade de conversar. Experimente
imaginar que, no momento em que você for passar pela porta de entrada, as
preocupações do trabalho ficarão do lado de fora. A família poderá ser uma
excelente forma de distração!
Em alguns momentos, procure
também deixar o trabalho e demais compromissos em segundo plano. "Tal
postura pode indicar valorização do contato, como se a pessoa estivesse dizendo
à família: 'vocês são importantes para mim'", afirma a psicóloga clínica
Michelle da Silveira, de São Paulo.
Invista no afeto
Há várias formas de manifestá-lo,
vale a sua criatividade de adaptá-las ao tempo e à rotina que você possui. Não
se esqueça também do carinho físico. Um simples abraço proporciona conforto e
uma ligação muito forte. "O afeto pode ser uma forma de aproximação das
pessoas. A partir dele, outros sentimentos fundamentais para as relações serem
estabelecidas são formados, como: respeito, compreensão, tolerância, entre
outros", explica a psicóloga Michelle da Silveira.
Não espere os finais de semana
Procure se lembrar de estreitar
os vínculos sempre. Um telefonema, um email ou mesmo uma mensagem por celular
podem ser demonstrações de afeto que fazem a diferença. "Com maior tempo
de interação, as pessoas poderão se conhecer melhor, agregar pontos positivos
da outra pessoa, descobrir afinidades e, a partir daí, estreitar os laços que
podem levar à construção de vínculos mais estáveis", esclarece a psicóloga
Michelle da Silveira.
Reconheça os próprios erros
Ninguém na família é perfeito,
inclusive os pais. Segundo a psicóloga Michelle da Silveira, assumir falhas
pode implicar em mudança, uma vez que a pessoa refletiu sobre a sua ação e, em
uma próxima situação parecida, tentará agir de forma diferente. "Esse comportamento
de flexibilidade gera confiança na pessoa com a qual se relaciona, pois ela
fica com a idéia de que o erro poderá não se repetir", completa.
Crie momentos a sós com cada um
Estimular ocasiões exclusivas
entre marido e mulher ou mãe e um dos filhos, entre outras possibilidades,
facilita a comunicação. A psicóloga Michelle da Silveira explica que isso
favorece o conhecimento entre as pessoas e facilita a criação de sentimentos,
como intimidade e confiança.
Seja um exemplo
Suas pequenas atitudes no âmbito
familiar podem gerar admiração pelos parentes. Quando há essa admiração, a
possibilidade de existir vínculos é maior. A psicóloga Michelle da Silveira
explica: "Existe nas relações a intenção comum entre as partes de agregar
valores, e só é possível obter esses valores, em geral, de alguém sobre o qual
se nutre admiração".
POR
LETÍCIA GONÇALVES - ATUALIZADO EM 07/12/2012 - MINHA VIDA
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