Em Nilópolis as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher só terminam dia 29 de março.

Amanhã dia 29 de março acontece o último evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher no município de Nilópolis. A iniciativa de intensificar os encontros com as mulheres nilopolitanas neste mês foi para que a sociedade tomasse a consciência de que o trabalho precisa continuar durante o ano e não só em relação a uma data específica, a proposta surgiu  da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos e da Superintendência dos Direitos da Mulher que vem realizando um trabalho incansável no que se refere principalmente as mulheres vítimas de violência doméstica.

A programação teve início no dia 8 de março quando a Casa da Mulher Nilopolitana esteve com um trabalho itinerante na praça Paulo de Frontin, informando as mulheres dos serviços que a casa realiza em atendimento social, jurídico e psicológico, sobre as oficinas de pintura em tecido, pedraria em chinelo, cabeleireiro, design de sobrancelhas, entre muitas outras atividades.

No dia 9 de março, aconteceu a celebração ecumênica na Igreja Nossa Senhora da Conceição com homenagem especial as mulheres que ao final fizeram uma caminhada em direção ao Centro Cultural para que em seguida pudessem assistir à palestra com o tema “O valor e a beleza da vida intra-uterina” ministrada pelo Dr. Claudio Campos Borges.

O encontro “Rede Mulher Juntos Já!” marcou o dia 15 de março como terceiro ato comemorativo ao mês da mulher. A Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos atrelada a Superintendência da Mulher e a Casa da Mulher Nilopolitana reservou para este dia a assinatura do termo de cooperação com Gestores das Secretarias Municipal de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Emprego e Renda, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Meio Ambiente, Defesa Civil, Transporte, Delegacia (57º DP), Jecrim, UPA Cabuís, Hospitais Melchiades Calazans e JK, Previnil e representantes de Entidades da Sociedade Civil e de Instituições Religiosas, que em encontros anteriores discutiram a melhor maneira de trabalharem em rede em benefício das mulheres vítimas de violência doméstica em nosso município. O termo recebeu novas alterações e foi marcada uma nova data para a assinatura do documento.

O evento do dia 22 de março foi destinado especialmente às mulheres assistidas pela Casa da Mulher Nilopolitana que tiveram a oportunidade de ouvir e falar sobre histórias de superação compartilhando com outras que ainda não se sentem preparadas para falar sobre o assunto. Após os depoimentos que foram muitos, aconteceu o momento da palestra da psicóloga e arteterapeuta Drª. Gilcéia Fernandes que teve como tema o próprio nome do evento “Mulher – Dona da sua própria superação.

 

E chegamos finalmente ao 12º Fórum de Mulheres de Nilópolis que surgiu com o objetivo de refletir e avaliar sobre os avanços e retrocessos da sociedade em relação à violência contra a mulher. O evento contará com a presença de ilustres palestrantes, espaço reservado para expositoras de artesanato, pedraria, pintura e muitas outras, além das atividades culturais.

DIGNIDADE NA CIDADANIA

Em parceria as Secretarias Municipais de Trânsito, Serviço Público apoiada pela Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos deram continuidade à campanha “SE VOCÊ QUER ESTA VAGA ASSUMA MINHA DEFICIÊNCIA”, demarcando 10 novas vagas para o estacionamento de veículos que transportem pessoas com Deficiências.

Para o uso de cada vaga do deficiente se faz necessário à emissão da Credencial Veicular, que tem validade em todo território Nacional, conforme estabelece a Resolução CONTRAN nº 304 (22/12/08), que visa um quantitativo de 2% das vagas públicas, voltadas para as Pessoas com deficiência. Para obtenção da credencial, os documentos (Identidade, CPF, Certificado do Veículo, CNH e Laudo) devem ser entregues na Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Rua Frei Ludolf, 35 – Centro - Nilópolis) na Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência que tem como gestor o Sr. Antonio Resende e como Secretária a Professora Nilcéa Clara Cardoso.

 “Uma campanha tocada a três mãos, leva maior credibilidade à população do nosso município – afirma Jorge Scalise – Secretário Municipal de Trânsito de Nilópolis”.

12º FÓRUM DE MULHERES DE NILÓPOLIS

Mulheres deixam estereótipos de lado na hora de escolher profissão

Segredo para vencer preconceitos e ganhar respeito é fazer o que gosta.
Elas lembram que não é preciso deixar vaidade de lado para exercer função.

As mulheres completam 80 anos do direito de votar agora em 2012, mas as conquistas que podem ser comemoradas neste Dia Internacional da Mulher vão muito além. A cada ano, elas se firmam em profissões que antes eram tidas apenas como masculinas e mostram que não é preciso deixar a delicadeza e a vaidade de lado para exercer essas funções. É preciso, como em tudo, se dedicar e gostar do que faz.

Em uma fábrica de móveis de madeira na Região Metropolitana do Recife (RMR), nove dos 42 funcionários são mulheres, sendo que seis delas trabalham diretamente na linha de produção - há um ano, havia apenas uma funcionária. O aumento do número de mulheres é justificado. “Homem muda muito, as mulheres são mais estáveis na função. São mais focadas também, os rapazes querem ir ao banheiro e conversar toda hora. Acho que vamos começar a ter mais mulheres do que homens”, pondera o diretor da fábrica, Henrique Revoredo.

Cristiane Férrer se encontrou trabalhando com
móveis (Foto: Katherine Coutinho / G1)

Dividindo-se entre cuidar dos filhos e o trabalho com a madeira, a auxiliar de produção Cristiane Ferrer diz ter se encontrado na atual função - estava trabalhando em um lava-jato quando surgiu a oportunidade. "Eu sempre fui 'jeitosa' com as coisas em casa, adoro trabalhar com madeira", conta Cristiane, que fez questão de tirar a touca que protege o cabelo durante o trabalho na hora da foto. "Com touca não dá, fica feio", afirma.

Também trabalhando na linha de produção, Geane Sheila acredita que não há diferença entre homens e mulheres. "O importante mesmo é a gente fazer o que gosta, aproveitar as oportunidades que aparecem", afirma Geane. "Elas dão muito menos dor de cabeça, são mais cuidadosas. A gente vê que elas têm um carinho com a madeira que os homens não têm", defende o gerente da fábrica, Petrúcio Luiz Filho.

Foi por buscar fazer o que gostava que Severina Pessoa foi trabalhar como mecânica de automóveis. "Eu sempre gostei de carros. Estava trabalhando revendendo veículos quando um quebrou na minha mão, no meio da estrada para Pombos, e tive que consertar", lembra Severina. Depois disso, ela resolveu montar uma oficina, que funciona desde 1989, próximo a um terminal de ônibus, em Jaboatão dos Guararapes, na RMR. "Meu marido olhou para mim, sem acreditar, mas sempre me apoiou", conta, orgulhosa.

Severina e Tatiana Pessoa: mãe e filha trabalham
juntas na oficina (Foto: Katherine Coutinho / G1)

O caminho não foi fácil, muitas pessoas desconfiaram da capacidade de Severina em consertar um carro, mas a mecânica não guarda mágoa, apenas histórias com as quais se diverte. "Chegava gente e logo perguntava se não tinha um homem. Eu dizia que tinha, já vinha. Aí olhava o carro, falava qual era o problema e saía. A pessoa ficava só olhando, desconfiada", relembra, bem humorada.

Prestes a completar 60 anos, Severina não quer saber de parar de trabalhar, nem de divisão entre homens e mulheres nos trabalhos. "Não tem essa de trabalho de homem e de mulher. O que tem é você gostar. Eu mesma só ensino o trabalho a quem gosta", avisa a mecânica, que já tem a filha, Tatiana, trabalhando junto de si. "Quando eu me for, vai continuar tudo igual aqui, já que ela vai assumir", ri Severina.

Tanta dedicação da mãe é sinônimo de motivação para a filha, que desde pequena circula pela oficina. "Minha mãe é uma batalhadora, muito forte. Ela é uma inspiração, tem muita gente aí que não tem a força dela. Trabalhei um tempo fora, com baterias, mas voltei para trabalhar do lado dela", diz Tatiana.

Vaidosa, a matriarca faz questão de trabalhar arrumada, brinco, cordão, cabelo bem preso e batom, cuidado que a filha também tem. "Eu só não faço as unhas da mão porque o óleo do motor tira o esmalte na hora, mas tenho que estar bem arrumada", acredita. Devido ao macacão, já foi chamada de Pereirão na rua, em referência à personagem de Lília Cabral na novela das 21h. "É divertido, levo na boa", conta.

Com três filhos criados, sendo duas mulheres, Severina lembra que é preciso se dedicar sempre ao trabalho, independentemente da profissão escolhida. "A vida foi a minha escola. Você tem que buscar conhecer bem com o que está trabalhando, não posso ver um carro que não conheço que já peço para olhar, analisar. As baterias que vendo aqui, fui na fábrica ver como eram feitas", explica Severina.